sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Como chegar bem e dirigindo à terceira idade


Reflexos mais lentos, dificuldade na visão e na audição, falta de atenção, entre outros fatores que irão aparecer com o tempo, tornam a capacidade de um idoso dirigir um veículo mais difícil.
Mas qual é a hora exata de parar de dirigir? Há uma idade certa? Quando saber que esta hora está chegando?
De acordo com Ronilda Maria de Resende, Coordenadora de Desenvolvimento Profissional do Sest Senat, “a família tem papel fundamental na tomada de decisão, não se pode fugir da responsabilidade em alertar quem pode estar correndo risco e submetendo terceiros a situações de risco no trânsito.” Ronilda ainda dá algumas dicas para o idoso ficar esperto no trânsito, “algumas mudanças de hábitos pode ser saudáveis e auxiliar para que  o individuo continue exercendo sua autonomia, como por exemplo, procurar dirigir em horário com mais luminosidade, evitar estradas, entre outras.” A coordenadora defende que só a idade avançada não é motivo para deixar o volante, não é impedimento para que o indivíduo continue exercendo sua autonomia e independência, desde que sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) esteja renovada.
Lupe de Deus Lopes, 60 anos, vendedora de calcário, ocupa o lugar de motorista do seu carro (atualmente um pálio), há trinta anos. Lopes faz os exames exigidos pelo menos uma vez ao ano,  sempre está viajando e julga-se prudente no trânsito. Lopes  diz que acha esta questão do idoso ter hora para parar de dirigir preconceituosa, “atualmente os jovens cometem mais infrações que os idosos, e qualquer pessoa, independente da faixa etária, da etnia, ou da condição social, esta sujeita a ter algum problema de visão, alguma doença crônica, fraqueza, entre outros sintomas que podem atrapalhar um motorista”, aborda Lopes que critica o trânsito de Campo Grande, “as ruas são muito bem sinalizadas, é fácil de dirigir aqui. O problema do trânsito de Campo Grande são os motoristas que não respeitam.” A vendedora falta também sobre os motoristas que dirigem falando ao celular, “quando toca o meu celular, eu encosto o carro e atendo, por que os outros não podem fazer isso? A pessoa atende, manda mensagens, liga do seu celular, enquanto dirige, isso pode tirar completamente a concentração do motorista”.
A seu ver, o motorista deve ter bom senso e autocrítica para saber a hora de parar. Quando o reflexo estiver mais lento, os movimentos, o raciocínio... é hora para pensar que essa pode ser a hora de hora de parar. “Eu trabalho minha mente, jogo baralho, adoro fazer palavras cruzadas entre outras atividades que exercitam o cérebro, acho que isso ajuda, nós da terceira e boa idade, deveríamos exercitar mais o cérebro”, finaliza Lopes.
E quando há algum empecilho? Será que é empecilho mesmo?
Bem, há casos em que obstáculos servem de lição e são superados, como é o caso de Hedviges de Souza, 61 anos, aposentado. Souza sofre de duas doenças crônicas (diabete e hipertensão), mas isso não o impede de pegar a sua belina 1990 e cair na estrada todos os sábados para ir para sua chácara em Terenos. Sua filha, Laura Bitencourt, 34 anos, administradora, acha que seu pai nunca deve parar de dirigir, “confiem mais no meu pai do que em mim para dirigir, papai é o motorista da família, dessa tarefa ele nunca deverá se aposentar”, fala Bitencourt.
A partir dos 65 anos, o teste de aptidão física e mental para renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é feito com um intervalo de três anos. Para os que ainda não chegaram aos 65, o intervalo é de cinco anos.



(texto de Beatriz Cruz e foto do g1.com) 

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