segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Jargões Jornalísticos

Muitos acadêmicos de Jornalismo se formam sem saber metade dos jargões utilizados a cada dia na vida de um jornalista. Resolvi compartilhar uma aula que tive com os jargões mais usados no meio de trabalho jornalístico.



Agência de notícias: Empresa que elabora e fornece matérias jornalísticas, por meios rápidos de transmissão, para seus assinantes. Pode ser de âmbito local, nacional ou internacional. Transmite regularmente e de forma ininterrupta a seus associados o noticiário geral ou especializado, fornecendo informações “por atacado”.

Almanaque: Obra de periodicidade geralmente anual, constituída de textos de cunho informativo e recreativo. Também pode ser uma edição especial de uma revista, publicada esporadicamente ou com periodicidade anual, em formato maior, com matérias especiais e maior número de páginas.

Articulista: Profissional que, periodicamente, escreve artigos assinados para jornais e revistas, onde opina pessoalmente sobre fatos relevantes. Pode ou não fazer parte do quadro funcional.

Artigo: Texto jornalístico interpretativo e opinativo que desenvolve uma idéia ou comenta um assunto a partir de uma determinada fundamentação.

Assinatura: Nome do autor da matéria.

Barriga: Notícia inverídica publicada na imprensa, geralmente com grande alarde e sem má-fé, na tentativa de furar os concorrentes. Causa grande desgaste e descrédito ao veículo de imprensa e ao repórter.

Boletim: Publicação periódica que se destina à divulgação de atos oficiais e governamentais, de atividades de órgãos privados etc. Difere do jornal e da revista pelo formato (menor), estilo redacional (não necessariamente jornalístico) e produção gráfica (pode até ser xerocado).

Boneco: Esquema de paginação e diagramação. Projeto gráfico de jornal, revista, livro ou qualquer outro trabalho de gráfico. Funciona como um leiaute e orienta o paginador ou diagramador.

Briefing: Instruções e diretrizes transmitidas, de forma resumida, pela chefia (de uma agência de propaganda, birô, jornal, emissora etc) aos responsáveis pela execução de um trabalho (como uma cobertura jornalística).

Capitular: Letra em destaque no início do texto.

Calhau: Notícia, artigo, matéria de menor importância ou anúncio de permuta que, na falta de coisa melhor, serve para encher espaços vazios (buracos) por falta de material editorial ou erro de cálculo na diagramação.

Carta: Texto recebido pela empresa jornalística e publicado em seção destinada para isso.

Cartola: Palavra ou expressão que define o tema da matéria. Geralmente antecede o título.

Cascata: Redação inconsistente, longa e pobre de conteúdo.

Chamada: Pequeno título e/ou resumo de uma matéria, publicado geralmente na primeira página de jornal ou na capa de uma revista, com o objetivo de atrair o leitor e remetê-lo à matéria completa nas páginas internas.

Charge: Charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar, por meio de uma caricatura, algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco.

Cartoon: Palavra de origem inglesa, difere da Charge, pois retrata situações mais corriqueiras do dia-a-dia da sociedade.

Checar: Confirmar uma notícia ou qualquer informação apurada, antes de publicá-la.

Cobertura: Trabalho de apuração de um fato no local de sua ocorrência para transformá-lo em notícia. Pode ser individual ou em equipe.

Colunista: Jornalista ou escritor que redige em jornal ou revista. Conforme o gênero da coluna, ele pode ser um cronista, um comentarista, um crítico etc.

Conselho Editorial: Grupo de profissionais ligados a uma editora ou publicação, que se reúnem ou são consultados com o objetivo de definir uma linha editorial e acompanhar seu desenvolvimento.

Copidesque: Do original copy desk, que designa a mesa onde são colocadas as matérias para revisão. É o trabalho de revisão do texto, da redação final para a publicação de um texto escrito.

Correspondente: Repórter encarregado de fazer a cobertura de determinada cidade ou região, dentro ou fora do país, e de enviar regularmente as notícias e artigos para a empresa jornalística.

Cozinha: Trabalho de reescrever (adaptar, atualizar ou condensar) matéria do próprio veículo ou de outra publicação (prática não recomendável).

Crônica: Texto jornalístico desenvolvido de forma livre e pessoal, a partir de fatos e acontecimentos da atualidade, com teor literário, político, esportivo, etc.

Deadline: Prazo final para baixar página ou fechar a edição do jornal.

Editar: Manter e produzir determinada publicação jornalística. Organizar o material jornalístico para publicação.

Editor: Pessoa que dirige e coordena uma publicação periódica. Pessoa responsável pela edição de conteúdo ou produtos de determinado setor ou veículo de comunicação.

Editoria: Cada uma das seções de um órgão de imprensa, sob responsabilidade de um editor especializado.

Editorial: Texto jornalístico opinativo, escrito de maneira impessoal e publicado sem assinatura, referente a assuntos relevantes. Define e expressa o ponto de vista do veículo ou da empresa responsável pela publicação.

Empastelar: No jornalismo significa invadir ou assaltar oficina ou redação de um jornal/revista inutilizando o trabalho que está sendo feito ou danificando as máquinas e materiais diversos.

Encarte: Folha ou conjunto de folhas, com anúncio, matéria paga, matéria especial, geralmente impressa em papel diferente do que usado no miolo do jornal ou revista e inseridas entre as folhas normais da publicação.

Entrevista: Trabalho de apuração jornalística que pressupõe contato pessoal entre o repórter e uma ou mais pessoas que se disponham a prestar informações sobre um assunto. No jornalismo impresso, quando publicada na forma de perguntas e respostas é chamada de pingue-pongue.

Entrevista coletiva: Tipo de entrevista em que a personalidade atende a imprensa em conjunto, respondendo às perguntas dos repórteres de diversos veículos de comunicação.

Entrevista exclusiva: Tipo de entrevista concedida a apenas um repórter e que só pode ser divulgada pelo veículo de comunicação que ele representa.

Enxugar: Aperfeiçoar a redação de um texto, eliminando elementos supérfulos.

Errata: Lista de retificação dos erros que saíram impressos numa publicação.

Expediente: Quadro de identificação que jornais e revistas, por exigência legal, publicam em todas as edições com informações como: endereço da empresa, fones, e-mail e profissionais responsáveis pelos vários departamentos da publicação.

Fait-divers: Fatos diversos. Diz-se de notícia que desperta interesse do leitor por implicar rompimento insólito ou extraordinário do curso cotidiano dos acontecimentos.

Fio data: Disposição e identificação da data nas publicações.

Foca: Jornalista novato. Repórter sem experiência na profissão.

Fonte: (1) Procedência da informação na apuração jornalística. Podem ser pessoas ou documentos.
(2) Tipologia. Família de letras.

Freelance: Trabalho avulso, sem vínculo empregatício, encomendado a qualquer profissional. Diz-se também free-lancer. No português: frilar ou fazer um frila.

Gancho: Início de uma matéria jornalística. Também pode ser usada como uma expressão para indicar que aquele assunto ou fato desencadeou, ou seja, “deu gancho” para o desenvolvimento de uma notícia ou reportagem.

Gilete-press: Expressão que indica pejorativamente o hábito de produzir notícias à base de releases ou de matérias prontas, extraídas de outras publicações.

Imprensa marrom: Imprensa sensacionalista.

Imprensa chapa branca: Imprensa alinhada com os governos.

Intertítulo: O mesmo que entretítulo. Cada um dos títulos que subdividem um texto extenso usado para dividir a matéria em vários trechos destacados.

Jabá: Forma abreviada de jabaculé. Corrupção no serviço de um profissional da comunicação. Pagamento “por fora”.

Janela: Espaço aberto dentro de qualquer matéria ou elemento da página, emoldurado ou não por fios, para colocação de olho, retranca, ilustração, quadro etc.

Lauda: Atualmente corresponde a um texto de 1.400 caracteres com espaço. É o jargão jornalístico usado para definir a quantidade de texto a ser produzido na matéria/reportagem. Por exemplo, um texto de 2 laudas tem 2.800 caracteres com espaço. Antes da informatização das redações o termo expressava também a folha padronizada usada para datilografar as matérias (21 linhas X 70 toques).

Lead ou Lide: Abertura de texto jornalístico, na qual se apresenta sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial da história. O lide clássico é deve responder as seguintes perguntas: Quem? O quê? Quando? Como? Onde? Por quê?

Legenda: Texto breve que acompanha uma ilustração ou foto.

Foto Legenda: Nota que acompanha uma foto e se destaca na página.

Linha de apoio ou linha fina: Subtítulo composto por frase ou período, geralmente usado logo após o título.

Manchete: Título principal, publicado com grande destaque. Indica o fato de maior importância na edição.

Chamada: Texto na primeira página dos jornais ou nas capas das revistas destacando as principais matérias da edição.

Matéria ou retranca: Toda e qualquer matéria de jornal.

Newsletter: Boletim informativo periódico, com notícias ou mensagens de interesse especial para um público restrito.

Nota: Matéria ou retranca com poucas frases.

Notícia: Relato de fatos ou acontecimentos atuais, de interesse e importância para a comunidade. É a matéria-prima do jornalismo.

Olho: O mesmo que antetítulo. Pequeno trecho destacado da matéria, diagramado em corpo maior e colocado em janelas.

Pasquim: Jornal insolente, injurioso, mordaz e satírico.

Pauta: (1) Agenda ou roteiro dos principais assuntos a serem abordados no noticiário.
(2) Planejamento esquematizado do assunto a ser coberto pela reportagem.

Perfil: Tipo de entrevista que utiliza aspectos biográficos e pessoais para mostrar ao público características, idéias, opiniões e traços do entrevistado.

Pingue-pongue: Entrevista editada na forma de diálogo, com perguntas e respostas.

Pirâmide invertida: Disposição das informações, por ordem decrescente de importância, em um texto jornalístico, ou seja, as informações mais atuais e importantes vêm na abertura do texto

Política Editorial: Conjunto de diretrizes que norteiam a definição de linhas editoriais em uma empresa de comunicação, caracterizando sua posição no contexto cultural e político.

Redação: (1) Conjunto de pessoas que redigem regularmente para um determinado periódico, editora, agência de notícias, estação de rádio ou TV, etc.
(2) Lugar onde trabalham os redatores.

Seção: Parte de uma publicação onde se agrupam informações do mesmo gênero, ou sobre um mesmo tema.

Sic: Palavra latina que significa “assim”, empregada entre parênteses ou colchetes, ao fim de uma citação ou palavra, para indicar que o texto original ou a declaração foi escrita assim mesmo, por mais estranho e absurdo que pareça.

Suíte: Continuação, sequência. Desdobramento de uma notícia já publicada anteriormente com novas informações.



Espero ter ajudado em algo.
Até a próxima.

domingo, 30 de janeiro de 2011

All in all you're just another brick in the wall


Sinopse:

Uma versão em filme do álbum "The Wall" da banda Pink Floyd, foi feita em 1982 pela MGM sob o título de "Pink Floyd: The Wall". O filme realizado por Alan Parker, com Bob Geldof no papel principal, conta a história de um rapaz chamado "Pink" que perdeu o pai na 2ª Guerra Mundial quando era criança, tendo, por consequência, desenvolvido uma relação muito estreita com a sua mãe. Reprimido na escola, com poucos amigos, cresceu e tornou-se um rock star, casou com uma atraente acompanhante do grupo. No entanto a sua vida é completamente vazia e após a sua mulher o ter traído com um aristocrata, ele tenta o suicídio. Depois disso, durante uma alucinação causada por excesso de cocaína, ”Pink” imagina-se um líder de um grupo Neo-Nazi e manda as minorias em sua audiência "contra o muro", durante seus shows.

O filme tem muito poucos diálogos, a maior parte sem consequências. A história é contada através da banda (trilha) sonora, a qual reflete os pensamentos de "Pink". Segmentos animados por Gerald Scarfe e várias outras sequências surreais intercaladas com a ação.



O filme gira fortemente à volta de material autobiográfico de Roger Waters e Syd Barrett, combinando a infância de Waters (que perdeu o pai na Segunda Guerra Mundial) com a retirada de Barrett e seu esgotamento mental. Também apresenta fortes críticas sociais e políticas, revelando a intensa preocupação de Waters com a sociedade moderna. Uma das principais preocupações demonstradas no filme foi em relação à modernidade e o consumismo.


A personagem maravilhosamente interpretada por Bob Geldof, sofre de traumas por cada tijolo que construiu seu muro – o passaporte para sua loucura. A morte do pai, a superproteção da mãe, o repressão na escola, a traição da esposa. Tudo isso foi apenas um tijolo para seu muro crescer. 

 O muro separa a realidade do mundo fictício, o mundo das lembranças e nostalgia de Pink, onde ele se fecha e compõe as melhores canções da banda. No final há um julgamento, onde ele será julgado ou não de ter se fechado nesse muro e perdido uma boa parte de sua vida mergulhada numa profunda depressão. A mensagem final do filme é que cabe a nós escolher se queremos nos fechar em algum muro ou não, não devemos deixá-lo crescer, temos que destruí-lo enquanto há tempo.




Em suma, a música “Hey you” que não, do álbum “The Wall”, conta a história do filme (essa música não está incluida no filme).




É um filme biográfico, histórico, didádico, pessoal, surreal, realista, egoísta, irônico, musical, expressionista. Um filme que abre milhares de interpretações e reações diferentes para cada um que assiste.
Um filme envolvente que muitas vezes pode mexer com o psicológico de alguém, por isso indico mas aviso: só assista se estiver preparado.





Até porque...




quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Há 31 anos a "A Voz" veio entrar para a história do Brasil

"Pago Cr$ 20 mil para não ver nem ouvir Frank Sinatra - disse o homem, tirando da carteira 20 cédulas de barão.

 - Desculpas, mas nós só vendemos entradas para quem queira ver e ouvir Frank Sinatra. Não podemos aceitar o seu dinheiro.
_Então me diga onde é que eu posso comprar a minha não entrada. Estou cheio de Sinatra e, onde que que vá, só ouço falar nele, só vejo o retrato dele, só escuto músicas cantadas por ele.

- O senhor há de convir que um acontecimento artístico desse porte...

-  Não convenho. Quero o meu sossego, quero ouvir as fitas de minha escolha, e atualmente nesta cidade não há alternativa. Ou Sinatra ou nada. Então, quero Cr$ 20mil de nada".

(Drummond)


Essa crônica de Drummond retrata bem a expectativa dos brasileiros à espera de Frank Sinatra, conhecido por "A Voz", pisar no Maracanã e dar inicío a seus quatro dias de show no qual cantou sucessos de todas as épocas em que brilhara.
No último dia, ''A Voz'' se despediu do Brasil se apresentando para mais de 100 mil pessoas que cantaram junto com ele os maiores sucessos de sua carreira. Entre eles My Way, My Kind of Town, Fly me to the Moon e New York, New York.


Norte-americano, nascido em Hoboken, faleceu em 1998 por conta de um ataque cardíaco.
O eterno "Blue Eyes" deixou ao mundo mais de cinquenta filmes e suas canções que viraram hinos, que cantam seu país natal - Estados Unidos da América - com muita magia e beleza que nos transporta, mesmo sem muitos conhecer, para um mundo de luzes, blues, jazz e sonhos.


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Parabéns, garoto de Ipanema

No dia 25 de janeiro de 1927, nasceu no bairro da Tijuca, o eterno "Garoto de Ipanema"


 Compositor - maestro - intérprete de sua própria genialidade, Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim mostrou para um mundo um Brasil cantando com um certo romance e uma certa cafagestagem magistral chamada Bossa Nova.
Tom cantou o Brasil, as mulheres brasileiras, o Rio de Janeiro, as cariocas, a vida boêmia, os corações apaixonados e despedaçados, os retratos em branco e preto, as tristezas e felicidades da vida, um choro de emoção, uma bossa de prazer e uma nova sensação.
Jobim tinha como parte de seu corpo um piano, no qual embalava suas canções nos bares de Copacabana, nos LP's, nos shows fechados e em New York. Ele contava com parcerias como Elizeth Cardoso, João Gilberto, Toquinho, Vinícius de Moraes, Nara Leão, e até a "pimentinha" Elis Regina.
Tom Jobim morreu em dezembro de 1994, em New York.  

"No dia da sua morte, a cidade parou e foi decretado luto por três dias. Do Galeão até o Jardim Botânico, onde seu corpo foi velado ao som de Chega de Saudade, o cortejo que o acompanhou demorou quatro horas." (Jornal do Brasil)


Suas canções ultrapassam anos e gerações, tornaram-se lendas e trilha sonora de muitas vidas.




Parabéns pelos seus 84 anos, maestro!