quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Crime que chocou o Brasil resulta em alteração da Lei dos Crimes Hediondos

 No dia 28 de dezembro de 1992, aos 22 anos, a atriz Daniella Perez foi assassinada pelo ator Guilherme de Pádua e por sua esposa Paula Thomaz, que contracenava com ela na novela da Globo “De Corpo e Alma”
Perez foi morta em um terreno baldio no bairro Barra da Tijuca no Rio de Janeiro após ter recebido dezoito golpes de tesoura, tendo quatro perfurações no pescoço, oito no peito e mais seis que atingiram pulmões e outras regiões.
O advogado Hugo da Silveira que passava pelo local na hora do ocorrido, pensou que tal cena era um assalto e anotou a placa do carro Santana e ligou para a polícia que ao chegar ao local encontrou apenas o corpo de Perez e seu carro Escort estacionado.
Guilherme de Pádua e a esposa foram à delegacia consolar a mãe da vítima (Glória Perez) e o marido da atriz (Raul Gazola). Enquanto isso a polícia pesquisava o número da placa do carro que fora anotada pelo advogado que transitava no local na hora do ocorrido e notavam que a placa havia sido falsificada, eliminando assim a defesa de ser um crime passional. Logo chegaram a Guilherme de Pádua e sua esposa, tornando-os os únicos suspeitos do crime.
Na manhã do dia 29 de dezembro, a polícia chegou ao apartamento de Pádua que logo foi levado para a delegacia. Inicialmente o ator negou a autoria do crime, mas no mesmo dia acabou confessando. Em uma conversa com os policiais, Thomaz chegou a confessar a participação no crime, mas em depoimento negou a autoria do crime. O delegado do caso ouviu um telefonema de Pádua para Thomaz, em que ele dizia para ela que iria segurar tudo sozinho, assim a polícia também passou a suspeitar de Thomaz. A testemunha Hugo de Silveira identificou Paula Thomaz como participante do crime.
Em 1997, o réu foi julgado e condenado a 19 anos de prisão. O veredicto, acompanhado por 400 pessoas, foi aplaudido de pé. Três meses depois, a ré foi condenada a 18 anos e seis meses – mais tarde teve a pena reduzida para 15 anos.
Após colher 1,3 milhão de assinaturas, Glória Perez – mãe da vítima -  conseguiu a aprovação de um projeto de lei para incluir o homicídio qualificado no rol dos crimes hediondos, que recebem tratamento legal mais severo e impossibilitam o pagamento de fiança e o cumprimento da pena em regime aberto ou semi-aberto. Como o assassinato da atriz foi anterior à instauração da nova lei, os acusados foram beneficiados e cumpriram parte da pena em liberdade. O casal ficou preso por apenas sete anos.

2 comentários:

  1. é, mas hoje em dia ate os crimes hediondos ja tem progressao, porque como o Estado nao da conta nem de conter a violencia nem de manter presidios em condiçoes, a soluçao encontrada é deixar os caras sairem antes de acabar a pena...

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