Dizem que na vida temos que fazer três coisas: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Já plantei um pé de amora, escrevi um livro, agora só falta ter um filho (daqui a alguns anos, hehehe).
O livro - produto do meu TCC - conta a história de sete mulheres que venceram o câncer de mama, e tem por objetivo ajudar mulheres no combate ao câncer.
Quando abracei o tema do meu TCC, não o vi apenas como um trabalho que eu tinha que tirar nota alta para conseguir o meu diploma, o vi como uma causa.
Quando eu comecei a estudar o tema,
percebi que já participava de algumas campanhas
contra o câncer de mama e que isso era ativo em minha vida.
Vesti a camisa da campanha e mergulhei de cabeça no assunto. Me apaixonei pelo tema e tenho por objetivo levar este livro para muitas mulheres - desejo que as histórias contadas nele, ajudem diversas mulheres.
O livro que conta a história de mulheres que
tiveram o câncer de mama e venceram, que o superaram – um livro que mostrasse
diversas formas de passar pela doença.A ideia do livro é contar como foi para
essas sete mulheres - que são denominadas como flores que cada uma escolheu
para si - o momento do diagnóstico até o momento atual.
As flores
Cada mulher do meu livro, é uma flor - uma flor guerreira!
No primeiro dia de entrevista – 22 de
outubro de 2012 – defini um padrão que iria levar para as próximas seis
entrevistas que estavam por vir, e o segui. Na minha bolsa levava o que eu
chamo de “kit jornalístico”, que continha meu gravador, por segurança, um jogo
de pilhas, minha câmera para se possível registrar o momento, um bloquinho e
anotações, duas canetas – caso uma falhasse -
disposição, sorriso e vontade de praticar o que aprendi ao longo do
curso de Jornalismo.
Devo confessar que não fiz um
planejamento de pauta com seis perguntas guias ou algo parecido, eu defini o
seguinte na minha cabeça: Um pedido e uma conversa para onde o rumo levar. Ao
chegar à casa das mulheres a serem entrevistadas, perguntava se haveria algum
problema em gravar e anotar, nenhuma delas se opôs. Algumas vezes a conversa
foi bem direta, outras demoraram a chegar ao assunto. Houve aquela que falou
sobre gatos, outra sobre viagens, outra sobre crochet e me levou para ver seu
pé de maracujá, uma falou sobre seus cachorros, as conversas variavam até
chegar à entrevista. Quando chegava a hora de falar sobre o câncer, eu
explicava a idéia e o ideal do livro e pedia para me contarem como foi do
momento que descobriram o câncer até a fase atual, contarem o que mudou e como
se sentiram e como se sentem.
Durante o tempo que as flores me contavam
suas histórias, o gravador captava tudo enquanto eu anotava no bloquinho os
tópicos que julgava mais relevantes para serem contados no livro. Conforme os
acontecimentos eram narrados, eu já imaginava como ficaria cada história
passada para o papel.
Cada história uma luta diferente,
conversas que duraram três horas e outras que duraram dezenove minutos.
Histórias que me fizeram chorar e admirar essas mulheres. Houve aquela que eu
gravei em quatro partes, pois houve algumas partes que pedia para eu não gravar
e para não ir para o livro. Houve, ainda, outra que me pegou de surpresa e me
perguntou como uma acadêmica de Jornalismo,
como eu, via a internet como meio de divulgação onde qualquer homem
comum, sem nenhuma propriedade ou conhecimento acerca do assunto, disponibiliza uma notícia em uma rede social,
como eu via a questão do diploma e como me sentia com isso. De repente, o papel
se inverteu e eu me vi como sendo a pauta e a entrevistada, pois a fonte fez as
perguntas e eu, como a repórter buscando a história para o meu livro, me vi
defendendo o diploma com unhas e dentes e me vi apaixonada pela profissão e
empolgada contando, respondendo todas as perguntas como se estivesse dando uma
aula de coisas que aprendi ao longo do curso e na prática.
Quando cheguei à minha quarta fonte,
percebi algo que encarei como um problema. Até aquele momento só havia
entrevistado mulheres com uma boa condição social, algumas com uma ótima
condição, que pagaram o tratamento e tinham carro sempre à disposição.
Histórias lindas que acrescentam muito ao livro, mas estava faltando algo.
Estava faltando a história mais próxima à realidade da maioria, a história de
mulheres que pegam ônibus e não têm condições de pagar o tratamento.
Na RFCC, me
passaram exatamente a história que precisava – a história da mulher que vive
com um salário mínimo, fez o tratamento pelo SUS e pega no mínimo dois ônibus
para chegar ao centro da cidade. Senti-me realizada, com ar de missão cumprida.
Terminei todas as entrevistas da forma como eu queria, com mulheres ricas,
classe média, pobres, jovens, idosas, caucasianas, negras, magras e acima do
peso, mas todas com algo em comum, todas são flores que tiveram o câncer de
mama e lutaram até vencerem essa doença.
Diagramação
A capa e a diagramação foram confiadas à
designer gráfica Marília Bruno.
Marília Bruno diz ter tirado a ideia da
capa do próprio título do livro – Flores Guerreiras. “Fiquei viajando na
palavra flores e mulheres. Então pesquisei camafeus, pois queria uma silhueta.
Assim a mulher pode ser qualquer mulher, independente da etnia”, completa.
O
objetivo da designer era uma capa sem rosto, onde a mulher não fosse
identificada, justamente para todas as mulheres se identificarem e se verem no
lugar da capa.
A diagramação das páginas do livro foge
do traço lúdico de Marília Bruno. As gravuras foram tiradas de livros de
botânica, mostrando a anatomia das flores. Para a designer, a analogia é feita
quando é pensado na flor como ideia de dissecar a história da mulher. Para
Bruno faz sentido comparar a anatomia botânica com a da mulher e suas raízes.
Qual o motivo do título “Flores
Guerreiras”?
As mulheres são como flores, são delicadas, perfumadas, cada uma
tem seu jeito diferente e desabrocham à sua maneira. Mas o que essas flores,
que um dia irão murchar ou que podem simplesmente serem arrancadas do pé, têm a
ver com guerreiras? Essas mulheres representadas nas flores, lutaram contra a
segunda doença que mais mata no Brasil, e a primeira no ranking feminino,
lutaram e venceram, não se deixaram murchar, não se deixaram serem arrancadas,
e quando uma pétala foi tirada, aprenderam a viver sem essa pétala, sem
desistir de viver.
Todas as flores desse jardim são
guerreiras, todas!
Eu não consigo descrever em palavras a EMOÇÃO de ver um trabalho como esse pronto. De levar adiante essa causa. É algo imenso, é uma realização, é algo que quero levar para frente.
Para acompanhar as atualizações sobre o projeto, bastar curtir a página do facebook sobre o livro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário