quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Porque gente fina é outra coisa, entende?

"Pode cantar... Cantar faz bem: não dá ruga, não dá câncer..." 


Mais um ano sem a Pimentinha, mais um ano sem todo aquele gênio difícil, ideias contraditórias, mas sinceridade no que falava.
A gaúcha, Elis Regina, que completa hoje três décadas de saudade, ainda é sem dúvidas a maior intérprete musical que o Brasil já teve. Desde as reuniões Bossa Nova no Beca das Garrafas - Copacabana - até sua MPB de quimeras mil embelezando o País.

Vejo a Elis não apenas como uma inesquecível doce voz, com uma força e fôlego inacreditável. Vejo a Elis como uma atriz de sua arte, como parte da música que cantava, como se fosse sua costela. Elis não subia no palco e apenas cantava de forma mecânica, Elis vivia a letra que ela fazia questão de deixar claro que não estava sendo cantada da boca para fora. A tal pimenta da nossa MPB - a Pimentinha - trouxe ao mundo mais emoção musical, a atuação da música, como se ela se materializasse e encenasse letra a melodia diante de quem a contempla. E para isso ser observado e sentido, não é preciso ver vídeo algum, apenas ouvi-la, pois é possível sentir apenas a ouvindo. Como costumo dizer, não se ouve Elis com os ouvidos, se ouve com o coração, com cada pedacinho de pele que se arrepia logo com a primeira letra cantada.

Sinceramente, não consigo ter uma favorita, pois cada música que já passou pelo fôlego dessa artista criou alma e vida própria em sua voz. (mentira, minha favorita é "Me deixas louca", HAUHAUHAUAHUAHUHA)





O vídeo postado infelizmente teve o começo cortado, mas essa interetação de "Arrastão" dá para sentir toda a força de Elis e me deixa toda toda arrepiada *-*. Não é a toa que com talcanção, Elis ganhou o prêmio de cantora revelação no festival da TV Excelsior de 1965.